sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Fatale (2014)

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Fatale de Dário Ribeiro é uma curta-metragem portuguesa de ficção que leva o espectador até uma estranha e sombria sala onde encontramos uma mulher detida e algemada a uma cadeira. Alguém está na sala com ela. Será esta uma situação de rapto?
Quando percebemos o que está realmente a acontecer percebemos que afinal não é a ela que procuram mas sim a alguém que conhece?
Dário Ribeiro cria aqui um ambiente sinistro que nos desperta a atenção pois coloca o espectador num espaço de tensão e onde as situações são misteriosas o suficiente para nos fazer questionar sobre quem será realmente o vilão deste local. É apenas no momento em que começamos a perceber quem é a misteriosa presença que a acompanha bem como quais os motivos da sua permanência naquele espaço que somos imediatamente levados para factos ocorridos e que explicam as perguntas que lhe são dirigidas.
Conhecerá ela quem realmente procuram? Terá ela laços que a liguem ou comprometam? Irá ela salvar a sua própria pele? Num misto de intriga e mistério somos levados a uma história que nos remete para dois grandes êxitos norte-americanos como o são Basic Instinct - aquela cena dos lençóis e dos pulsos amarrados será eterna - bem como para uma ligação homossexual que liga as duas protagonistas de Bound distanciando-se de ambos pelos destinos dados às suas protagonistas que se torna francamente diferente daquele tido nos filmes referidos anteriormente.
Se por um lado Fatale aguça a curiosidade do espectador para conhecer aquilo que as levou até àquele ponto marcante das suas vidas, não é menos verdade que a limitação de tempo - não esquecer que estamos perante um filme curto - nos leva a não criar uma empatia directa com nenhuma das duas personagens que, no final, nos parecem algo mecânicas e sem alma. Interessante pela sua premissa e criação de um ambiente algo negro, Fatale apenas peca por não conseguir mostrar com maior profundidade a verdadeira personalidade e fundamento das acções das duas actrizes.
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6 / 10
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