domingo, 16 de setembro de 2012

Inbred (2011)

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Inbred de Alex Chandon foi mais um dos filmes que passou pelo MOTELx numa sessão que se revelou bem composta.
Kate (Jo Hartley) e Jeff (James Doherty) deslocam-se com quatro jovens delinquentes para uma pequena localidade rural no interior do Reino Unido onde pretendem incutir-lhes algum valor pelo trabalho ao mesmo tempo que os penalizam pelos seus pequenos crimes sociais.
Se inicialmente acharam o local desolador e afastado de tudo e todos, não deixou de ser igualmente complicado quando os poucos habitantes que aquela localidade tinha os olharam de lado e provocaram os primeiros incidentes, tudo se desmoronou quando perceberam quais os reais interesses daquela tão estranha população.
Este consegue ser o tipo de filmes que realmente assustam. Esqueçam os fantasmas, as possessões demoníacas ou os mortos-vivos. Aqui o mal, o verdadeiro mal, é perpetrado por pessoas ditas "normais" como qualquer um daqueles que cruza o seu caminho. Normais... ou quase. Ao longo deste filme, e apesar de não ser abertamente explicado, percebemos que esta pequena comunidade de "esquecidos" se tem reproduzido entre si naquilo que é o resultado macabro de um longo conjunto de laços consanguineos.
Estas pessoas, lideradas por aquele que se poderá facilmente chamar de "pai de todos", e que aparenta ser o único dito "normal" por aquelas bandas, não o é ao revelar-se como a verdadeira mente do crime. É ele que não permite estranhos no seu espaço, e que assim tem educado todos os outros que são seus fiéis seguidores... Mesmo aqueles que parecem, à partida, inofensivos comparando com o resto da população.
E eles, todos sem excepção, conseguem através das mais cruéis e sádicas torturas, não só sodomizarem aqueles estranhos de passagem como pior do que tudo, encontrarem nas mesmas a sua única forma de diversão e de entretenimento que é, no fundo, encarado como um espectáculo que tanto anseiam. E é nesta exacta altura que se encontram os momentos gore que inundam o ecrã em verdadeiros, e literais, banhos de sangue. Desde mutilações, membros decepados, tortura física (a mais constante) e psicológica, perseguições e cabeças que rebentam, temos de tudo um pouco... e algo mais. Este filme tem momentos que conseguem ser francamente incomodativos mas todos, sem excepção, acompanhados de uma ligeireza mórbida que transforma a morte violenta em algo banal e quase natural às mãos daqueles que a perpetuam. E aquela canção que o testemunhe...
Não há nenhuma interpretação que se destaque das outras e, há excepção de Jo Hartley que se pretende tornar na verdadeira mulher de armas que consegue derrotar tudo e todos, todos os outros conseguem interpretações regulares à medida do seu "lado" no filme... os delinquentes acabam por se tornar nos "bons" da fita e nas verdadeiras vítimas, e aqueles que poderiam ser à partida o elo mais fraco... são aqueles capazes de perpetrar as maiores vilanias aos mais distraídos.
Interessante ao criar algum suspense, não muito pois é de início ao fim muito ligeiro, e também por ter agradáveis momentos de comédia mesmo no meio de tanto sangue e tripas explosivas... literalmente falando.
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7 / 10
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