quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Water for Elephants (2011)

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Água aos Elefantes de Francis Lawrence juntou Reese Witherspoon, Christoph Waltz e Robert Pattinson neste que é um drama intenso e brilhantemente filmado.
Tudo começa no dia em que Jacob (Pattinson) antes de fazer o seu exame que completaria o seu curso de Medicina é informado de que os seus pais morreram num acidente. No momento em que percebe que perdeu tudo e que tem de abandonar a sua casa, único lugar que conhece, foge e embarca num comboio que lhe iria modificar para sempre a vida.
Esse comboio é o meio de transporte de um circo propriedade de August (Waltz) um homem violento e tempestivo e de Marlena (Witherspoon) a sua mulher e por quem Jacob se irá apaixonar. É esta paixão que irá definitivamente traçar o seu destino e a vida que só imaginou poder ter.
Afirmo já que esta breve descrição não faz a menor justiça ao filme em si. Ele é bem mais do que estas meras palavras. Começando pelas interpretações destaco de imediato a de Robert Pattinson que felizmente tem participado em alguns filmes que lhe dão, finalmente, o devido destaque ao seu talento (que o tem), destacando-o assim de uma qualquer saga de filme de vampiros onde não mostra nem metade daquilo que pode valer num filme. Aqui tem uma interpretação que vive num misto entre força e drama que acaba por modelar a própria essência do filme em si.
E de certa forma este filme funciona de igual forma para Reese Witherspoon. Que ela é óptima a fazer comédia já todos nós o sabemos, principalmente se nos recordarmos das "loirices" por outras paragens. Aqui a sua interpretação vive num misto em que se conjuga presença de uma mulher forte com uma fragilidade de quem deseja realmente ser amada.
Quanto a Christoph Waltz quase se corre o risco de dizer que se re-interpreta. Basta pensarmos no seu último grande papel e que lhe valeu o Oscar de Actor Secundário em Sacanas sem Lei, e pensarmos que aqui, mais uma vez, interpreta um homem sádico, violento e sem limites para a sua brutalidade que exerce de forma mecânica e sem olhar a quem.
No entanto, não nos podemos esquecer desse veterano Hal Holbrook que apesar de breves momentos com que nos presenteia no ecrã consegue, uma vez mais, incorporar o ar de "avô" com inúmeras histórias prestes a serem contadas, esperando apenas alguém disposto e disponível para as ouvir.
Os aspectos técnicos deste filme, que não me espantaria que conseguissem arrecadar umas quantas nomeações aos Oscars em categorias como por exemplo Guarda-Roupa, Direcção Artística e Montagem, são de facto muito fortes. O ambiente de época, fielmente retratado, bem como a dura vivência que se sente através das imagens, de alguém que vive, e principalmente sobrevive, dentro de um comboio de cidade em cidade num circo ambulante à espera de poder dele tirar os seus rendimentos (triste sina de alguns quando não conseguem), está fantástico. Por variados momentos conseguimos estar presentes imagens de uma beleza tão grande que nos sentimos envoltos por uma certa magia circense, ou pelo menos aquela que imaginamos que poderia realmente ser, de outros tempos. Basta para isso pensarmos em toda uma certa opulência que estes espectáculos, únicos à altura, tinham para percebermos o quão maravilhosos poderiam ser os momentos em que se dizia "o circo está a chegar à cidade".
Mágicos, e arrisco dizer que ternurentos também (ou pelo menos à sua medida), são os momentos em que a grande "Rosie" nos brinda com a sua presença no ecrã. Pelo próprio título do filme irão perceber sobre quem me refiro, mas sem adiantar nada do filme, pois ele merece ser visto (todos merecem sempre aliás), só adianto que a liberdade chega... e com um peso realmente muito grande. Mas, se pensarmos bem, ela acaba por ser apreciada de uma forma indiscutível e não a veríamos, neste caso, de outra qualquer forma.
Muitos poderão achar este filme desinteressante talvez graças a alguns bloqueios criados à custa de anteriores trabalhos dos seus actores principais. No entanto, garanto que é um filme bastante bom e com uma história que consegue juntar num só filme momentos de grande alegria com outros de grande tristeza. Uma mistura em doses iguais que a torna perfeita. Um filme do qual saíremos a gostar e com uma agradável sensação de ter passado por algo bom. Um filme que, não que isso o determine ou pouco valorize, devido a um forte ano cinematográfico poderá, muito provavelmente, sair despercebido das grandes cerimónias de prémios mas que, ainda assim, estará certamente entre os favoritos de muitos cinéfilos que apreciem boas e grandes histórias dramáticas sem que para isso precisem ver um filme onde as lágrimas estejam presentes. Recomendo-o vivamente e assumo que é um dos meus filmes preferidos deste ano.
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"Jacob: I'm not running away, I'm coming home."
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9 / 10
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