quinta-feira, 28 de julho de 2011

Land of the Dead (2005)

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Terra dos Mortos de George A. Romero com a participação de um conjunto interessante de actores tais como Simon Baker, Dennis Hopper, John Leguizamo e Asia Argento nesta história que tráz de novo "à vida"... os mortos-vivos.
Depois de a praga que assolou o planeta ter afectado a maioria da população transformando-os em mortos-vivos, os poucos humanos não infectados resistem numa pequena cidade isolada divididos em duas classes. A primeira rica e com poder vive num edifício protegido onde se deleitam com uma vida de luxo e opulência desinteressados do que se passa "lá fora". A segunda classe pobre e que sobrevive de negócios paralelos vive fora do prédio e nos limites da cidade onde a criminalidade é tão assustadora como o que vive do outro lado.
Riley (Baker) e Cholo (Leguizamo) são dois tipos que vivem à margem da lei e que costumam entrar nas partes infectadas da cidade para roubar o que ainda resta da antiga civilização para vender a elevados preços aos habitantes do prédio exclusivo que tudo fazem para manter o seu antigo nível de vida que é cuidadosamente gerido por Kaufman (Hopper).
Riley entretanto conhece Slack (Argento) e salva-a de uma morte certa tornando assim evidente a cumplicidade entre ambos, especialmente quando os mortos-vivos mostram sinais de inteligência e fartos de uma vida miserável percebem que conseguem chegar ao tão afamado edifício.
Estes filmes de mortos-vivos e afins são mais do que aquilo que aparentam inicialmente. Não se trata só de uma simples história de infestação que ceifou a maior parte da vida humana mas sim um filme que, à semelhança de todos os outros que Romero fez dentro desta temática e em épocas específicas, trata de assuntos bem mais importantes, abrangentes e actuais.
Neste filme em particular os mortos-vivos de Romero mais não são do que uma alusão à sociedade aparentemente dividida em dois grupos bem distintos onde uma extensa maioria pouco ou nada tem para subsistir e uma minoria que vive na opulência sem querer saber do que o rodeia "lá fora".
Temos também aqueles que não infectados vivem à margem de uma vida boa nos limites da cidade. Uma classe média (pobre) que sobrevive como pode num mundo devastado é, graças a Romero, um cada vez mais claro exemplo da sociedade actual.
E se repararmos nos outros filmes deste género, quase todos senão mesmo todos com o dedo de Romero, poderemos constatar que foram realizados em épocas cruciais nas quais tentou fazer uma clara denúncia aos vários problemas que afectavam a sociedade. O apartheid e o racismo... o consumismo... globalização... a acentuada diferenciação de classes, todos estes factores estiverem presentes e condenados nos seus filmes de uma forma demasiado evidente. E é isso que os faz funcionar tão bem e terem sempre algo de diferente além da simples zombificação humana (que não deixa de ser uma grande sátira) face a tantos problemas sociais reais.
Se pensarmos no filme apenas como entretenimento... resulta também bastante bem pois são inúmeros os sustos óbvios que vamos ter ao longo do filme, mais que não seja pela excelente caracterização que estes mortos-vivos têm e que só por si nos dá algum "medo".
Assim sendo, e para aqueles que gostam deste género de filme em particular, têm aqui uma excelente escolha para uma qualquer noite, porque sim... estes filmes devem ser vistos à noite.
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6 / 10
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