quinta-feira, 14 de abril de 2011

Five Minutes of Heaven (2009)

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Cinco Minutos de Paz de Oliver Hirschbiegel é um filme que relata as velhas feridas criadas na Irlanda do Norte e as suas consequências não só nos seus intervenientes como na sociedade actual e que conta com a participação nos desempenhos principais de dois dos mais produtivos e talentosos actores Europeus de língua inglesa... Liam Neeson e James Nesbitt.
Alistair Little (Neeson) é um homem que vive com um pesado passado em que assassinou um homem. Anos depois de ter cumprido pena pelo crime é convidado por um programa de televisão que decide reconciliá-lo com Joe Griffin (Nesbitt), o único membro da família do jovem que matou.
Enquanto carrega um fardo pesado do qual se quer desculpar, Alistair não imagina a dor e o sofrimento que este seu acto causou na família do outro jovem. A morte pairou sobre eles desde o seu acto e toda a família ficou desfeita. Toda a família e em particular Joe que se viu culpado pela sua mãe durante toda a sua vida.
Obra do realizador alemão Oliver Hirschbiegel que já nos havia entregue o thriller A Invasão e os muito polémicos e muito brilhantes A Experiência e A Queda, neste filme voltamos a assistir a temas delicados que cruzam não só velhos conflitos entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte como também as tentativas, quase em vão, de reconciliação por parte daqueles que hoje tentam avançar nas suas vidas apesar das feridas que lhes marcaram o passado.
Como disse logo de início estes dois fortes e carismáticos actores são logo uma referência para não perdermos este filme o que, aliando ao realizador que é e ao seu historial só ajuda a que o nosso interesse esteja sempre presente.
No entanto, apesar de ser um interessante filme que foca nas consequências pessoais do conflito irlandês e como este afectou de forma irremediável as vidas de tantas e tantas pessoas aqui visadas na vida destes dois últimos sobreviventes, o filme propriamente dito não consegue ter o impacto e a profundidade que outros obras do realizador alcançaram. Que é bom, é. Que tem fortes interpretações, tem. Mas falta-lhe algum dinamismo que encontramos nas outras obras do realizador alemão não deixando, no entanto, de ser um filme forte e com uma solidez que lhe é característica.
Exemplo disto são os longos minutos entre os dois actores principais no local onde tudo se iniciou. O confronto físico e verbal encetado pelos dois actores é de cortar a respiração. Bem como o inesperado final. Inesperado por ser tão pacífico depois de momentos tão intensos e dramáticos passados entre ambos.
É um extraordinário filme que merece ser visto mas que me parece ter passado "ao lado" dos espectadores que acima do comflito em si versa sobre as suas consequências a longo prazo. Sobre as feridas que são provocadas nas vidas tanto de agressores como de vítimas e especialmente na capacidade que estas últimas têm de redenção, de aceitação em nome de uma potencial vida longe de problemas e especialmente em paz.
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7 / 10
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