domingo, 17 de outubro de 2010

A Noite do Fim do Mundo (2010)

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A Noite do Fim do Mundo de Henrique Oliveira é o terceiro dos telefilmes, chamados de mini-série, que a RTP passou alusivo ao centenário da Implantação da República.
Este, tal como os interiores, tem a participação de um extenso elenco de luxo entre os quais se destacam os nomes de João Tempera, Sofia Duarte Silva, Luís Gaspar, Sinde Filipe, Marques D'Arede, Maria João Abreu e Carla Vasconcelos, entre muitos outros.
A história passa-se meses antes da Implantação da República, numa altura em que o Cometa Halley passava pelos céus de Portugal. Altura esta em que ao mesmo tempo se planeava um atentado ao Ministro do Reino (Marques D'Arede) por parte de dois dos filhos (Sofia Duarte Silva e Luís Gaspar) de um Republicano que tinha sido mandado matar por enfrentar a Monarquia.
Ao mesmo tempo chega à capital David (João Tempera), um jovem reporter que escreveu inúmeros artigos e estudos sobre o cometa para trabalhar para o Diário de Notícias, e que conhece Leonor (Duarte Silva) uma das grandes vedetas de Revista bem como o seu irmão Miguel (Luís Gaspar), e que mais tarde se apercebe de qual o seu plano.
Pelas tramas políticas e religiosas que vão pelo meio e que ilustram de certa forma a realidade que se vivia em Portugal no ido ano de 1910, bem como pela trama ficcionada que é inventada, temos aqui um bem conseguido telefilme (sim, eu continuo a chamar-lhe telefilme, se bem que dividido em duas partes), mas ao mesmo tempo o mais fraco entre o conjunto.
As interpretações não são más. Estão bem conseguidas e ilustram as várias camadas sociais que há altura se faziam representar. No entanto, estão ao mesmo tempo comedidas e pouco expansivas. Aproveitam pouco daquilo que poderia ser feito num telefilme que pelo seu próprio argumento deveria ser rico, considerando a época em questão. Muitos dos diálogos são quase declamativos em vez de naturais e mais "reais".
O trabalho de fotografia da autoria de Miguel Sales Lopes que capta com uma enorme vivacidade as cores, as luzes e as sombras é sem dúvida um dos pontos altos deste telefilme, bem como o guarda-roupa de época (normalmente são sempre bons) da autoria de Isabel Finkler.
O resto do filme roça o quase banal... A banalidade telenoveleira até só que aqui resumido a cerca de duas horas (se tanto), não conseguindo atingir o nível dos dois telefilmes que já haviam sido exibidos anteriormente.
Vale pelo esforço mas não em resultados práticos que ficaram muito aquém daquilo que era esperado considerando a publicidade e a temática que está em questão. Não é suficiente para convencer de uma forma positiva.
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6 / 10
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