sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nine (2009)

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Nove de Rob Marshall é um musical com um elenco de luxo onde se destacam Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Nicole Kidman, Pénelope Cruz, Judi Dench, Sofia Loren, Kate Hudson e a cantora dos Black Eyed Peas, Fergie e um conjunto de actores italianos relegados para segundo plano onde se destacam os vencedores de Donatello Valerio Mastandrea e Elio Germano.
Apesar do elenco de luxo que o filme tem, capaz de fazer "inveja" a muitos outros realizadores que anseiam por ter um ou dois destes actores nos seus filmes, este concretamente promete mas cumpre muito pouco em termos de filme, história e mesmo nos desempenhos.
No que diz respeito ao aspecto visual do filme, esse sim é rico, e a ele muito se deve a pontuação que lhe dou como se poderá constatar no final desta apreciação. Os cenários são fabulosos quer pela riqueza das poucas cenas reais que se vêem de Itália quer pelos fabulosos interiores criados à imagem de um estúdio onde se filma que são posteriormente abrilhantados com fabulosas sequências de dança coreografadas na perfeição e que dão origem a magníficos momentos musicais.
O igualmente brilhante guarda-roupa da autoria de Colleen Atwood recria de uma forma exemplar o estilo de uma Itália pós-guerra de anos 50 e 60 e dá um certo glamour ao filme tornando-o ainda mais rico visualmente.
As interpretações, que são na sua grande maioria secundárias, e considerando o actor e actrizes envolvidas, não são brilhantes ou geniais. Temos um Daniel Day-Lewis que apesar de figura central não deixa de estar a meio gás. Aparece a Pénelope Cruz um tanto ou quanto femme fatale e que foi inclusivé nomeada ao Globo de Ouro e ao Oscar de Actriz Secundária mas que está na realidade pouco inspirada. Existe sim a prestação de Marion Cotillard que, no geral do filme, consegue ser a interpretação mais sentida e com um genial número musical no final mas que não consegue salvar o filme. As demais interpretações acabam quase por ser aparições de simpatia, pouco importantes ou relevantes para sequer serem mencionadas... desfilam pelo filme e pouco mais.
É certo que é um filme musical mas considero que lhe falta algo. Não está nem de longe ao nível de um Moulin Rouge e, os inúmeros números musicais que surgem à medida que os flashbacks ocorrem são demasiadamente exagerados e muitas das vezes cansativos o suficiente para tirarem o pouco prestígio que o filme consegue ter.
Em termos visuais, como referi anteriormente, este Nove consegue ser um filme brilhante, rico e arrisco até dizer extravagente mas que em todos os outros aspectos e dimensões acaba por falhar redondamente tornando-o a maior parte do tempo um filme aborrecido e secante.
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"Liliane La Fleur: Directing a movie is a very overrted job, we all know it. You just have to say yes or no. What else do you do? Nothing. "Maestro, should this be red? Yes. Green? No. More extras? Yes. More lipstick? No. Yes. No. Yes. No. That's directing."
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5 / 10
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