Muitos haviam já sido os filmes sobre a Segunda Guerra Mundial que havia visto. Muitos. Nenhum se iguala a este (e tantos outros são bons). No entanto A Lista de Schindler é sem qualquer sombra de dúvida o filme referência sobre o Holocausto.É escusado pensar que alguém não viu ainda este filme (possivelmente os haverá mas serão poucos), até porque é quase da praxe vê-lo durante o secundário, por isso não terei problemas em referir algumas partes que considero serem mais marcantes.
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O primeiro factor aliciante neste filme para mim foi o tratar da temática do Holocausto. Sempre me interessei por filmes do género, e este seria o primeiro que iria ver e que me estava anunciado como sendo um filme intenso e profundamente marcante sobre as experiências da população judia às mãos dos bárbaros nazis. O anterior que se aproximava mais a esta temática havia sido O Império do Sol mas era passado na China invadida pelo Japão. Curiosamente ambos são realizados pelo mesmo homem... Steven Spielberg. Se este último já me havia impressionado pela positiva e marcado definitivamente (foi o primeiro filme que vi num cinema), A Lista de Schindler ficaria marcado por ser na minha opinião a coroa de glória deste grande mestre do cinema. Nada no filme tem falhas.
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Soberbamente filmado a preto e branco à excepção dos minutos iniciais e do final fazendo com que tudo se torne mais real e o espectador não se perca pela multiplicidade de cores que poderiam aparecer. Janusz Kaminski teve aqui um árduo mas magnificamente conseguido trabalho de imagem que lhe valeu inclusivé um Oscar. Estamos assim sempre com atenção à história e aos momentos geniais de interpretação que o leque de actores nos oferece. E de se dizer que são extremamente reais e na sua maioria muito emotivos.
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As interpretações na sua maioria feitas por actores desconhecidos são apenas um dos pontos fortes do filme. Começando pelo actor principal coube a Liam Neeson o árduo e muito bem efectuado trabalho de Oskar Schindler. Foi uma escolha muito feliz e duvido que alguma vez mais exista um papel à sua altura. Mas não tem mal. É este que ficará na História, e foi este que lhe deu o calibre para se afirmar como um actor de eleição para grandes papéis, e apesar de não ter vencido o Oscar todos sabemos que também o merecia. Ben Kingsley no papel de Stern que desde o início trabalhou com Schindler e conseguiu com ele salvar a vida a centenas de judeus tem também um papel magistral ao nível do que já nos havia dado em Gandhi, emotivo e muito contido, mas forte e marcante. Finalmente de destacar ainda o de Ralph Fiennes como o temível e sem qualquer compaixão Amon Goeth a quem só importa a morte e para quem ela é a única forma de lidar com os demais. Foi extremamente injusto não ter ganho aqui o Oscar de Melhor Actor Secundário para o qual foi nomeado. Neste ano ele mais do que ninguém merecia ter levado a estatueta para casa. E Embeth Davidtz no papel de Helen Hirsch sua empregada e por quem ele nutriu uma paixão que teria de esconder de todos os demais.
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Tal como disse no início do comentário a este filme, poucos devem ser aqueles que não o viram pois na escola secundária é o filme por excelência a ser dado, e julgo que muitos passaram tal como eu por essa experiência. Na altura muitos eram os professores que defendiam que deveria haver outra escolha pois este era muito violento e poderia impressionar os alunos. Considerando que ele era visionado no âmbito das aulas de História e como esta época retratada foi senão A mais importante da nossa História muito perto lá ficou, acho que é o filme ideal para se mostrar. O ideal e o aconselhável. Mesmo contendo cenas e situações de extrema violência, mais não é do que a pura realidade do que o nosso povo e o nosso continente passou na década de 40 do século passado, e um acontecimento histórico que nunca deverá ser esquecido e que se espera nunca repetido.
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Pouco mais posso adiantar sobre este filme pois ele fala literalmente por si, à excepção de que é um dos meus preferidos e de que é essencial que todos o vejam, ainda assim, destaco os últimos dez minutos dele como francamente emocionantes, e falso é aquele que diz que não se emocionou depois de o ver.
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Espero por mais de Spielberg. Muito mais ainda desde que tenha sempre o selo de qualidade que este apresenta.
"Oskar Schindler: Look, All you have to do is tell me what it's worth to you. What's a person worth to you?
Amon Goeth: No, no, no, No. What's one worth to you!"
10 / 10
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